Massada, este local tão único resume em si todos os acontecimentos dramáticos que ocorreram na Judéia no primeiro século da era comum, que culminaram com a destruição do Segundo Templo de Jerusalém nas mãos dos romanos.
Como tal Massada, aquele enclave construído em uma montanha no deserto de Judá e reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, com o museu construído aos seus pés. Desde sua escavação por Yigael Yadin, nos anos sessenta do século passado.
As escavações de Yadin trouxeram à luz, entre outras coisas, o palácio, fortificações, reservatórios de água e edifícios administrativos erguidos por Herodes. As sortes de Massada como dissemos, a maioria das construções em Massada são herodianas e após o reinado de Herodes à fortificação da montanha continuou servindo aos governos da época da Judeia.
Durante a grande revolta dos judeus contra os romanos(66-73 EC), um grupo de zelotes ou seja a fração da independência judaica mais militantes- tomou o enclave, estabeleceu-se lá com suas famílias e fez algumas mudanças nele: de lá ele fez ataques específicos contra os romanos e se preparou para um longo sítio. Sobre a queda de Massada pelas mãos dos romanos há uma polêmica entre os estudioso: o historiador Flávio Josefo, que participou da Grande Revolta, relata detalhadamente em seu livro “ A guerra dos Judeus”, como os zelotes comandados por Eleazar Ben Yair optaram por cometer suicidio coletivamente antes de cair nas mãos do inimigo, e como os soldados romanos entraram em Massada sem resistência após o suicidio coletivo.
Segundo Josefo, apenas duas mulheres e cinco crianças sobreviveram ao suicidio, que relataram o ocorrido, história que chegou aos ouvidos de Josefo. Alguns dos estudiosos aceitam o relato de Josefo como um reflexo da realidade. Yadin em suas escavações descobriu mais de 700 inscrições, a grande maioria legada pelos zelotes que ocuparam o lugar. Entre os mais emocionantes estão pequenos fragmentos semi carbonizados dos rolos da Torá nas proximidades da sinagoga. Mas a grande maioria são inscrições a tinta em pequenos pedaços de utensílios de barro deliberadamente quebrados par uso nessas anotações- isto é, ostracos ou ostracas, que sem dúvida refletem a administração de funções, alimentos e provisões por parte dos zelotes na fortaleza sitiada.
Um grupo de doze pequenas ostracas contendo uma, um nome de pessoas ou apelido, sendo um deles nada mais nada menos que Ben Yair, assim sem nome próprio “ Eleazar”, sem dúvida o lendário comandante dos rebeldes entrincheirados cujo o nome não foi necessário especificar. De acordo com Josefo depois de um discurso enfurecido de Eleazar Ben Yair na sinagoga e o consequentemente consentimento geral dos presentes, o suicidio coletivo foi realizado da seguinte maneira: Cada chefe de família matou suas esposas e filhos, então os dez comandantes locais os mataram, e Lançaram Sortes para decidir quem entre eles, mataria seus companheiros, colocaria fogo em tudo e cometeria suicidio.
Cada nome era anotado em uma ostraca, as ostracas eram colocadas em um vaso, alguém colocava a mão nele e extraia uma ostraca. Foi assim que Yadin interpretou, e a notícia da descoberta das sortes lançadas pelos suicidas de Massada se espalhou como pólvora. As sortes estão hoje expostas ao público no museu aos pés de Massada, e são consideradas evidências confiáveis por aqueles que aceitam o relato de Josefo como verdadeiro.