Pouco mais de 200 manuscritos contendo os textos bíblicos mais antigos do mundo foram encontrados em Qumran. Todos os livros que compõem a atual Bíblia Hebraica foram encontrados naquelas cavernas desoladas do Deserto da Judéia, com exceção dos livros de Ester e Neemias (isso se não levarmos em consideração o livro de Esdras, que antes estava junto com o de Neemias e que assim foi encontrado em Qumran). Os textos bíblicos encontrados em Qumran, escritos principalmente em couro de animal, foram copiados ao longo de um período de aproximadamente 300 anos, de -250 a 68. A maioria dos pesquisadores consideram que esses manuscritos, embora pertencessem à comunidade de Yahad (era assim que se autodenominavam os qumranitas), provavelmente uma minoria foi escrita em Qumran, a maioria foi copiada e trazida de outros lugares.
Em Qumran existem livros mais “populares” do que outros; como por exemplo, Salmos (36 cópias), Deuteronômio (30 cópias), Isaías (21 cópias), Gênesis (20 cópias), Êxodo (17 cópias), Levítico (15 cópias), e tem alguns livros dos quais foi encontrada apenas uma cópia; por exemplo, o livro de Esdras acima mencionado, ou o livro de Crônicas, dos quais apenas 5 versos foram encontrados de um total de 65 capítulos. Sem dúvida, o texto bíblico mais impressionante é o Manuscrito de Isaías. Este manuscrito é o único texto bíblico encontrado em sua totalidade, é quase idêntico à versão massorética e tem 7,34 metros de comprimento! Além disso, foram encontrados textos que “reescrevem” textos bíblicos. É o caso do livro do Jubileu ou o apócrifo do Gênesis, em que os relatos bíblicos são alterados de acordo com a visão ideológica da comunidade de Qumran. Existem também textos chamados “pesharim” (plural de “pesher”), que são comentários exegéticos sobre livros bíblicos: o “pesher” de Habacuque, o “pesher” de Isaías e o “pesher” de Naum. Esses textos procuram resolver as profecias bíblicas, mas de acordo com a visão ideológica da comunidade, principalmente em tudo o que se refere ao fim dos tempos. Mais de um terço dos manuscritos são o que os pesquisadores chamam de “manuscritos sectários”; ou seja, textos que descrevem regras internas da comunidade, rituais, nomes e conceitos específicos (como o título do líder da comunidade, “Mestre da Justiça”).
Entre os mais proeminentes temos O Manuscrito da Comunidade e o Pacto de Damasco. Por outro lado, há manuscritos que não pertencem a uma categoria clara e são muito diferentes dos demais; como o Manuscrito de Cobre, que descreve 60 lugares onde tesouros do mais alto valor foram escondidos. Alguns acreditam que eram os tesouros que estavam guardados no Templo de Jerusalém.