Jeremias 14 reflete o pânico e o desânimo de pessoas que tentavam preservar a vida no lar em face de ameaças militares devastadoras. Vemos indícios das mesmas condições refletidas em notas escritas em peças de barro datadas desse período.
O sítio arqueológico de Arade, uma antiga fortaleza judaica abandonada, revelou cerca de 200 ostracas(peças de cerâmicas inscritas em tinta) com inscrições hebraicas e aramaicas que constituem a maior coleção desse tipo recuperada dos tempos bíblicos. Esses fragmentos de cerâmica preservam a história da fortaleza e nos permitem vislumbrar a vida de seus ocupantes nas últimas décadas do reino de Judá. A maioria dos fragmentos ,escritos em paleo-hebraico, são comunicados oficiais militares que datam de 600 a.c, aproximadamente. São endereçados ao comandante da fortaleza, Eliashiv Ben Eshiyahu, com instruções sobre a distribuição de farinha, vinho e óleo aos soldados que serviam em Neguebe, como também para Kittim, uns 25 mercenários ageus a serviço do exército de Judá. Vários ostracas contém listas de nomes, provavelmente usados para registrar a distribuição diária de comida. O ostraca 24 fala de uma invasão edomita iminente. Nessa carta, o comandante solicita que sejam enviadas tropas de reforço de Arade e da fortaleza menor de Qinah para Ramate- Neguebe, cidade situada a 10 quilômetros de distância, a fim de reprimir ameaça edomita.
Nas redondezas do santuário de Arade, foram descobertos também fragmentos com nomes pessoais, possivelmente usados para designação das responsabilidades sacerdotais. Entre esses nomes, Passur, Meremote e os filhos de Corá, todas famílias sacerdotais mencionadas na bíblia. Ostraca 18 contém a menção extra bíblica mais antiga ao templo: “ a casa de YAHWEH”. Além de seu valor histórico, esse ostraca tem contribuído grandemente para o estudo da ortografia hebraica e seu desenvolvimento.